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Guerra Civil Espanhola: tudo sobre este conflito Ideológico Guerra Civil Espanhola: tudo sobre este conflito Ideológico

Guerra Civil Espanhola: tudo sobre este conflito Ideológico

O estudo dos acontecimentos geopolíticos mais marcantes é importante para entender as configurações mundiais no dia de hoje. Para fazer um diagnóstico bastante preciso do presente, é preciso olhar com atenção para todos os eventos do passado. A Guerra Civil Espanhola é um evento canônico, que demanda atenção.

Como parte de um conflito que marcou o mundo pré-segunda guerra mundial, a Guerra Civil Espanhola pode aparecer em questões de provas de vestibular e do Enem. Por isso, é sempre bom revisar o conteúdo, não é mesmo?

Neste artigo, vamos te apresentar as principais causas e consequências da Guerra Civil Espanhola. Vamos lá?

Boa leitura!

Qual foi a causa da Guerra Civil Espanhola?

A Guerra Civil Espanhola foi um conflito inspirado na onda de revoluções que atingiam os países europeus, após o mundo tomar conhecimento dos eventos da Revolução dos Bolcheviques na Rússia, em 1917.

O ar da revolução se espalhou pelos grupos políticos dos países, tendo ascensão de grupos de extrema-esquerda, anarquistas e comunistas revolucionários. Em muitos países europeus, o sistema monárquico ainda persistia, e na Espanha o período era o do reinado do rei Afonso XIII.

Os antecedentes da guerra datam de 1923, quando o general Miguel Primo de Rivera aplicou um golpe de Estado, iniciando uma ditadura nacionalista. O general tinha o apoio do rei e ficou no poder durante quase 1 década, sofrendo alta resistência de todas as instituições nacionalistas do país. Os grupos de esquerda eram republicanos, e pressionavam o rei por uma decisão.

Em 1930, o rei Afonso XIII cedeu às pressões republicanas e decidiu demitir o general Rivera. Esta concessão ocasionou uma série de outras manifestações contra a própria monarquia, pois os grupos tomaram ciência do poder de promover mudanças e pressionar para derrubar a estrutura monárquica.

A reação do rei Afonso XIII foi, em 1931, designar ao almirante Juan Aznar a tarefa de convocar novas eleições. O republicanismo venceu, e o rei foi obrigado a deixar o país. Mesmo após a eleição de Niceto Alcála-Zamora, o primeiro presidente da segunda república, as tensões entre os grupos político-ideológicos se mantiveram em alta, sendo eles divididos em:

  1. Monarquistas restauradores
  2. Falange Española
  3. Confederación Española de Derechas Autónomas (Ceda)
  4. Frente Popular, anarcossindicalistas, anarquistas e bascos.

Como os grupos apresentavam alta diferença ideológica, os choques foram cada vez maiores no governo de Alcála-Zamora. E, nas segundas eleições presidenciais, o vencedor foi Manuel Azaña Diaz, que promoveu um governo formado por um primeiro-ministro socialista, chamado Largo Caballero.

A resistência de forças de direita reagiu a essa configuração de governo. Liderados pelo general Francisco Franco, instituíram o Movimento Nacional, que organizou um golpe de estado contra a República. Assim, instituiu-se a guerra.

Qual era o objetivo da Guerra Civil Espanhola?

A Guerra Civil Espanhola tinha vários eixos de objetivos, a depender dos lados dos grupos. Ainda assim, os historiadores alertam para um resumo muito comum que sempre foi feito sobre o conflito: não era apenas uma guerra da direita contra a esquerda e vice-versa.

Alguns dos principais conflitos, então, eram:

  • A defesa de um governo estatal centralizado contra as independências regionais
  • Autoritarismo contra a liberdade de indivíduos
  • Forças nacionalistas de direita que queriam um autoritarismo centralizado
  • A resistência das forças da república contra todos os outros eixos

O combate, assim como os eixos de conflito, era bastante irregular e reunia militares com ideologias muito diferentes. Muitos camponeses e intelectuais se envolveram na guerra para defender a soberania de seus territórios, desenvolvendo táticas de guerrilha para a organização contra os grupos militares que tinham promovido o golpe de estado.

A maioria das forças se valeu do tempo de guerra para instituir uma aniquilação de todos os símbolos da monarquia, destruindo todas as lembranças dos tempos do rei e das instituições religiosas, principalmente as mais tradicionais, ligadas ao catolicismo que se mantinha um dos pilares do governo.

O desenvolvimento da guerra forneceu contextos mais delineados às principais forças envolvidas no conflito, tendo-se observado a consolidação de:

  1. Frente popular, que concentrava os grupos heterogêneos de esquerda, desde os mais moderados até os radicais.
  2. Movimento nacional, que concentrava os grupos golpistas militares e eram liderados pelo general Francisco Franco.

Nesta época, o fascismo italiano foi uma grande inspiração para os grupos nacionalistas, que rejeitavam o liberalismo e as democracias representativas, argumentando que estes representavam muitos atrasos para o desenvolvimento econômico e social do país.

Valendo-se de situações como a economia, os grupos nacionalistas se apoiavam em descontentamentos da população geral para circular os ideários fascista entre a população.

Qual a relação entre o nazismo e a Guerra Civil Espanhola?

Muitos estudiosos apontam as fortes relações entre o regime nazista surgido na Alemanha, e principal responsável pelo holocausto, com a Guerra Civil Espanhola. Essas relações foram tecidas entre os grupos extremistas e o governo alemão, com a conclusão de que não só o nazismo, mas o nazifascismo se materializou na guerra.

Neste contexto, os grupos de direita e extrema-direita, os nacionalistas, foram apoiados pelos nazifascistas que tinham uma relação muito próxima com o general Francisco Franco. Eles forneceram, assim, tropas, aviões e financiaram diversas investidas do Movimento Nacionalista na Guerra Civil Espanhola.

Como desde 1920 a ideologia do totalitarismo como um requisito para o progresso se fortalecia em países próximos, o general Franco buscou o apoio de Mussolini e Hitler para ultrapassar a questão bélica e o financiamento externo, mas também para difundir as ideias e montar os quadros de governo, instituindo políticas violentas contra os grupos que eram alvos do nazifascismo.

A internacionalização da guerra transformou o território Espanhol num espaço de testes para a Segunda Guerra Mundial. Em Guernica, uma das principais cidades do país, ocorreram bombardeios por tropas de avião aeronáuticos, um episódio que entrou pela história em quadros de Pablo Picasso, um dos contemporâneos.

O Franquismo, como ficou conhecida a doutrina de Francisco Franco, tinha relações íntimas com o autoritarismo, e começou a desenvolver sua futura forma de governar com muita violência, censura e perseguição de quem pudesse ser um opositor.

Quanto tempo durou a Guerra Civil Espanhola?

A Guerra Espanhola perdurou de 1936 a 1939, tendo a duração diminuída por conta do início da Segunda Guerra Mundial, quando foi também verificado o triunfo do Movimento Nacionalista liderado pelo general Francisco Franco, colocando um fim em muitos grupos contrários que defendiam a manutenção de um sistema democrático.

Nesse período de desenvolvimento da guerra, países próximos como a Grã-Bretanha e a França não interviram no conflito, pois defendiam o apaziguamento das relações frente ao avanço do nazifascismo.

Tal decisão levou ao arrefecimento das forças republicanas, que resistiam aos avanços autoritários do Movimento Nacionalista, pois não tinham o mesmo acesso ao armamento e ao financiamento de guerra promovido pela Alemanha e pela Itália. O único apoio oferecido aos republicanos veio de nações como a União Soviética e o México, que ofereceram tropas e também soluções diplomáticas.

Estima-se que, nos três anos de guerra, 30 mil voluntários tenham sido enviados para lutar junto aos republicanos na Guerra Civil Espanhola. Esse número de soldados, no entanto, não foi o suficiente para resistir ao número de tropas que vinham do lado contrário. Muitos foram em missões suicidas, sabendo que as chances de triunfo eram muito pequenas.

Consequências pós-guerra

Com o fim da guerra civil, a Espanha mergulhou num grande período autoritário na ditadura de Francisco Franco. Os historiadores, hoje, sabem alguns dos principais resultados desse período, como:

  • A contagem de mais de 500 mil vidas perdidas dentro do conflito
  • A destruição do patrimônio público e privado, além de patrimônios históricos e áreas residenciais.
  • A esterilização de solos com grande prejuízos econômicos para as áreas de agricultura e pecuária.
  • O corte do padrão de vida de toda a população espanhol, com a piora na renda de pelo menos 30% da população.
  • A proibição de sindicatos, organizações políticas contrárias e o estabelecimento de um sistema de tomada de terras.
  • A destruição de 90% dos prédios e infraestrutura do país.
  • A instituição de uma grave crise econômica, que perdurou por vários anos da ditadura franquista.

O regime ditatorial instalado na Espanha perdurou por 36 anos, com ampla opressão, tortura, assassinatos e controle social. Muitas vidas e gerações foram afetadas pelas consequências da guerra, e o estabelecimento da memória dos tempos promove cisões até os dias de hoje no território Espanhol.

Nos últimos anos, tem ganhado espaço o discurso nacionalista de extrema direita alegando que a guerra e a perda das vidas foi necessária, investindo inclusive em técnicas como o revisionismo histórico, a fim de atrair novas gerações para a defesa dos ideais anti-democráticos e nacionalistas.

E aí, aprendeu tudo sobre a Guerra Civil Espanhola? Como um conflito com muitas ramificações, causas e consequências, recomendamos a ampliação dos seus horizontes de estudo em outros materiais, como livros, artigos e documentos históricos, como filmes documentais e ficcionais sobre o conflito.

Não deixe, também de testar os seus conhecimentos em provas anteriores e simulados de Ciências da Natureza. Assim, você fica mais preparado para responder as questões sobre geopolítica europeia.

Obrigado pela leitura! Até a próxima.

Texto escrito por: PRASABER
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