Brasil fica entre os 20 piores países no PISA 2022 em matemática e ciências

O Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (PISA) de 2022 trouxe resultados preocupantes para o Brasil, que se posicionou entre os 20 piores países em matemática e ciências. Este exame, realizado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), avalia estudantes de 15 anos de 79 países.

• Em Matemática, o Brasil ficou em 70º lugar com 348 pontos, contrastando fortemente com países como Singapura, líder do ranking com 569 pontos, e Estônia, destacando-se na Europa com 547 pontos. A média dos países da OCDE foi de 489 pontos.
• No campo das Ciências, o Brasil obteve 377 pontos, ocupando o 70º lugar, enquanto Singapura novamente liderou com 551 pontos, seguido por Japão e Estônia, ambos com 539 pontos. A média da OCDE nesta área foi de 489 pontos.
• Em Leitura, o Brasil alcançou 412 pontos, abaixo da média da OCDE de 487 pontos. Neste quesito, Singapura também liderou com 562 pontos, seguida pela Estônia com 547 pontos.

Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (PISA)

Comparado ao PISA de 2018, houve uma redução de dez pontos em leitura e quase 15 pontos em matemática nos países da OCDE, enquanto as médias em ciências se mantiveram estáveis.

O relatório aponta que cerca de 25% dos jovens de 15 anos nos países membros da OCDE, totalizando aproximadamente 16 milhões de estudantes, não alcançaram o nível 2 de proficiência. Isso indica dificuldades em realizar cálculos básicos ou interpretar textos simples.

Avaliação do PISA nos países europeus

Além disso, países como Alemanha, Islândia, Países Baixos, Noruega e Polônia experimentaram uma queda acentuada nas notas de matemática, com reduções de 25 pontos ou mais entre 2018 e 2022.

O relatório ressalta que, embora alguns países mostrem excelentes resultados educacionais, o panorama geral é mais sombrio. Nas mais de duas décadas de testes do PISA, as pontuações médias raramente sofreram alterações significativas entre avaliações consecutivas. No entanto, o ciclo atual registrou uma queda sem precedentes no desempenho.

Impacto da pandemia de covid-19

O impacto da pandemia de covid-19 na educação é notável, com o fechamento de escolas e a transição para o ensino online. No entanto, o relatório esclarece que a pandemia não é a única causa do desempenho inferior, observando que não foi identificada uma “diferença clara” nas notas de 2022 relacionadas ao fechamento das escolas por períodos superiores ou inferiores a três meses.

Esses resultados evidenciam um fosso significativo entre o desempenho educacional do Brasil e o de países líderes, chamando atenção para a necessidade de reformas substanciais no sistema de educação brasileiro. As deficiências em áreas chave como matemática e ciências são particularmente preocupantes, considerando a importância dessas disciplinas na preparação dos estudantes para desafios do século XXI. O MEC e as autoridades educacionais brasileiras estão diante do desafio de implementar estratégias eficazes para elevar o padrão de ensino e aprendizagem no país.